Critica: Capitão Fantástico (Festival do Rio 2016)

Família, natureza e politica são o destaque na estreia de Matt Ross.
Um dos cernes do filme de estrada, um subgênero que nasceu a partir de filmes como Easy Rider, foi tratar de processos culturais, como o movimento beat, ou em retratar objetivos, o que vimos em longas como Mad Max - Estrada da Fúria, que em essência conseguiu dar uma sobre-vida ao road-movie, porém, Capitão Fantástico, filme de estreia de Matt Ross, desconstrói o gênero, misturando diversos assuntos e ideias.

Nele, Ben (Viggo Mortensen) vive com seus seis filhos em uma floresta nos EUA. Longe das metrópoles e do caos urbano, ele e sua família vivem da caça e da colheita. O que parecia ser uma vida tranquila acaba por ter uma mudança, já que a mãe das crianças e esposa de Ben, faleceu. E apesar dos pais dela não quererem a presença de Ben, ele e sua família vão com seu motorhoming até o local do enterro no Novo México.

O que parece uma história comum no road-movie acaba tendo um desfecho diferente do esperado, já que o primeiro longa-metragem de Ross não é um filme de estrada por essência, igual a Pequena Miss Sunshine, e sim um filme que trata de natureza e entre outras coisas família. Apesar de conseguir ainda abordar ideias como religião e politica sem transparecer a ideia original e de forma concisa, nunca á toa. E isso é um dos grandes méritos de Capitão Fantástico: Abordar ideias completamente distintas as que seu gênero propõe. 

E toda a parte visual também consegue ajudar no desenvolvimento. As comparações aos filmes dirigidos por Wes Anderson, não em temática, mas em estética fazem com que Capitão Fantástico consiga um maior destaque. Já que desde a fotografia até o figurino, Ross tenta passar uma imagem de fábula, de fantasia. A direção de arte consegue fazer aqui um estilo visual semelhante ao Moonrise Kingdom de Anderson, onde utilizava uma paleta de cores viva para retratar os ambientes de florestas e paisagens. 

Infelizmente, todavia, a edição é problemática. Os 120 minutos de duração pesam, levando em conta os 3 ou 4 finas que a película possui. Capitão Fantástico consegue ser visualmente bonito e com ideias muito bem vindas ao road-movie, porém a edição alongada prejudicam a estreia de Matt Ross na direção. Nota: 6/9

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